Lutas e Projetos
A Terra Indígena do Xingu, com cerca de 2.600 hectares de área protegida, representa hoje um dos maiores centros de biodiversidade do mundo. Essa região de transição entre o cerrado e a floresta amazônica é responsável por manter nosso equilíbrio climático e ecológico, além de oferecer abrigo e alimento para uma enorme diversidade de pessoas e animais.
Apesar de sua importância, a Terra Indígena do Xingu está localizada no que chamamos de “Arco do Desmatamento” - região que apresenta um dos maiores índices de desmatamento do mundo. É no entorno deste território indígena que o agronegócio brasileiro avança violentamente, são quilômetros e quilômetros destinados à monocultura e ao uso intensivo de agrotóxicos.
Nesse contexto, os povos indígenas do Xingu se fazem essenciais nessa luta. A Associação Yamurikumã das Mulheres Xinguanas é a entidade representativa das mulheres indígenas do rio Xingu. Acreditam que através do protagonismo das mulheres poderão construir um mundo melhor para todas e todos.
Sem perder a luta universal pela superação das opressões de gênero, o feminismo xinguano se faz com suas particularidades comunitárias. Essas características aos poucos vão evidenciando um caminho próprio de se organizar e lutar.
Neste caminho, entre janeiro e junho de 2018, o Instituto Maíra foi convidado para assessorar e acompanhar todas as atividades das Yamurikumã. Juntos, realizamos capacitações socioeducativas, rodas de conversa, oficinas de audiovisual, direitos e gestão financeira. É somente através do acesso à informação e da análise crítica de nossa realidade que poderemos aprofundar o resultado de nossas ações práticas.
Nossa parceria foi concebida na perspectiva da emancipação indígena. E esse é o nosso objetivo.